Sacre-Coeur

Basilica Sacre-Coeur perigueux frança

Basilique du Sacré-Cœur

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(Basílica do Sagrado Coração)

Metrô: Anvers, linha 2; ou Abesses, linha 12 (descendo nesta estação, pegue o funiculare).

Em 1870 deflagrou-se a guerra franco-prussiana. Dois empresários franceses Alexandre Legentil e seu enteado Hubert Rohault de Fleury fizeram uma promessa : se os prussianos não invadissem Paris, eles construiriam uma Basílica. Promessa feita, promessa cumprida, a contrução iniciou-se em 1875, inspirada na igreja romano-bizantina Saint Front, de Perigueux. As obras se encerraram em 1914, 39 anos depois.

Basilica de Saint Front,  em Perigueux, França

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Eu e a Basilica Sacre Coeur no fundo

Evite visitar a Basílica no domingo, por que você pode chegar no horário de missa, e nessa ocasião o acesso ao interior da basílica é restrito. São várias missas ao dia, informe-se. Você pode até tirar fotos durante a missa, sem flash é claro, mas isso pode ser despeitoso, depende do ponto de vista de cada um. Outro motivo para se evitar o domingo é que o comércio em Paris fecha, e os turistas compradores compulsivos vão prá lá, para aproveitar o dia e também por que ali existem várias lojas de suvenires abertas, mesmo aos domingos. Forma-se então uma multidão enorme de turistas barulhentos, o que não é lá muito agradável.

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Domingo na Sacre Coeur : multidão de turistas.

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Domingo, adjacencias da igreja : multidão de turistas abarrotam as ruas.

 

Cúpula e Cripta

São abertas ao público a cripta e a cúpula, porem o acesso é pago. Para se chegar ao topo da cúpula (domo) precisa encarar escada espiral de 200 degraus. Se o tempo estiver bom, vale a pena. É o segundo ponto mais alto de Paris, depois da Eiffel.

Missa

Se você chegar em hora de missa, pode participar dela, é dita em francês; a acústica da basílica é maravilhosa. E com sorte, poderá ouvir as orações e cânticos entoados por um pequeno coral afinadíssimo, acompanhado pelo grande órgão da basílica. É uma missa muito bonita, muito tocante; e eu que entrei como turista, acabei participando da missa como católico.

Basilica Sacre Coeur interior

 

Aonde está a bolinha ?

    Aos derredores da Basílica reúnem-se todos os tipos de gente esquisita. Batedores de carteiras, jogadores, pedintes, pega-turistas, camelôs, etc Aqui no Brasil existe uma modalidade de malandragem, que é o jogo da bolinha. O malandro usa três forminhas de alumínio (dessas de empadinha) e uma bolinha preta, feita de esponja pintada. O desafio proposto pelo malandro é esse : adivinhar sob qual forminha está escondida a bolinha preta. A vítima nunca acerta, por que a bolinha está sempre entre os dedos do malandro. Melhor dizendo, a vítima só acerta quando não vale dinheiro.

Existe outra modalidade, que é a do baralho. Dois curingas e uma dama por exemplo. Enfim, você já deve conhecer estes tipos.

   Nas proximidades da Basílica de Sacre Coeur existem dezenas de malandros praticando este tipo de armadinha, mas aqui o desafio é adivinhar sob qual disco preto de feltro (são três discos) está colada uma placa de metal. Fiquei prestando atenção, e notei que todos eles jogam os discos sobre um maço de jornal. Eu não sei como eles manipulam a plaquinha de metal, mas eu tenho certeza absoluta que debaixo do maço de jornal existe um imã, que serve para segurar essa placa, permitindo passar ela de um disco para outro. Eles convidam o turista para brincar (tentar adivinhar sob qual disco de feltro está a placa de metal) “for free, just for fun”, de graça. Nessas ocasiões, o turista sempre acerta. Mas, quando vale dinheiro...

Eu tirei uma foto, e os malandros não gostaram, ficaram me encarando. Eu dei sinal para eles que sabia da mutreta, e eles riram.

Eu acho que eles são ciganos húngaros ou romenos, os franceses detestam eles.

Jogo da bolinha

Malandros fazem o “jogo da bolinha” nas ruas proximas a Sacre Coeur.

Africaners malandros

Também nas proximidades da Sacre Coeur, encontrei um grupo de africanos, negros, que agarraram meu braço e perguntaram se eu não queria participar de uma brincadeira. Esse jogo era com fios de crochê. Eu fiquei muito furioso e disse que não queria. Não gostei de ser agarrado, abordado dessa maneira, e logo desconfiei que era malandragem. E era mesmo, fiquei sabendo que enquanto ele distraia voce com brincadeiras, um outro comparsa surrupiava sua carteira !

Marketing visual

Atrás da Basílica existem ruazinhas cheias de pequenas lojas, e numa delas um vendedor de pão com lingüiça expõe suas guloseimas ao público. Impossível ver sem dar água na boca. Ele vende sanduiche de linguiça adoidado, até nós compramos. Uma delícia. Não demora muito, e vários comerciantes locais vão copiar a ideia.

Linguiçeiro na Sacre Coeur

Resistindo a especulação imobiliária

Um proprietário local, próximo a Basílica, manteve seu parreiral particular, seu terroir. Turistas param ali, para admirar. Deve ter recusado dezenas de ofertas de compra do imóvel, preferiu continuar cultivando suas uvas. As vezes, o prazer, a tradição e a satisfação pessoal valem mais que uma montanha de dinheiro. Mas, pode ser também que o dono do parreiral seja um milionário, não precisa vender...

Terroir particular

Que diferença existe entre basílica e catedral ?

Tecnicamente, dentro da hierarquia da Igreja Católica Romana, as diferença é essa :

Basílica são as igrejas que se destacam pela sua beleza ou arquitetura, e são assim nomeadas por papa, que concede a ela alguns privilégios.

Catedral são igrejas-sede de bispado. Algumas catedrais são também basílicas.

Em termos de arquitetura, a definição é essa :  basílicas são igrejas que obedecem a seguinte configuração : nave principal em forma de apse semicircular, duas ou quatro naves laterais, nartéx (sala frontal, espécie de lobby) e cleretórios (paredes laterais com janelas). Este modelo arquitetônico foi copiado de edifícios romanos (da época do Império) chamados basílicas, que eram usados como sala de conferencias e julgamentos públicos, geralmente localizados ao lado de fóruns.

Curiosidade : originalmente o nartéx era usado para catequese e local do confessionário. Assim, os fiéis poderiam se confessar durante a missa, sem atrapalhar o andamento do serviço.

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